As maiores usinas produtoras de energia solar na Terra foram mapeadas por pesquisadores de Oxford, na Inglaterra, graças aos avanços da Inteligência Artificial e do machine learning (aprendizado de máquina).
O critério para mapeamento foi de usinas que produzem ao menos uma quantia de 10 quilowatts de energia por dia. Para você ter uma ideia, os painéis residenciais produzem a metade por dia.
A contagem foi realizada em cerca de metade do globo terrestre, e as áreas desertas ou desabitadas foram filtradas pelo sistema de Inteligência Artificial da universidade.
No total, Oxford detectou e mapeou cerca de 68.661 usinas solares, sendo que a há uma estimativa de capacidade de geração de energia de 423 gigawatts (ano referência de 2018, pois foi quando a pesquisa foi finalizada).
Segundo Lucas Kruitwagen, autor da pesquisa, diz que o estudo realizado apontou uma capacidade de geração de energia crescente, sendo que entre os anos de 2016 e 2018, cresceu em 81%,
Além disso, os números mostram que o crescimento foi liderado especialmente na China, Índia, Turquia e Japão.
Essas usinas detectadas pela universidade variam muito de tamanho. As instalações foram feitas em diversas regiões da China, África do Sul, Índia e Chile, muitas delas desertas. Na Inglaterra, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Alemanha, também foram filtradas usinas de menor tamanho, até mesmo painéis comerciais e industriais.
Os dados também apontam para a desigualdade em termos de produção de energia, comparando países em desenvolvimento, nos quais os painéis de produção de energia solar são essenciais para garantir a energia elétrica (de forma a reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera).
Segundo Lucas, o levantamento geoespacial tem suma importância para que operadores, governos e empresas que participam do mercado de energia saibam onde estão as instalações, quanta energia de fato estão gerando para que possa ser feita uma projeção de quanta energia pretende ser gerada futuramente.
Segundo dados do relatório gerado, a maioria das usinas foi construída em áreas utilizadas anteriormente para agricultura. Além disso, também foram utilizados desertos e campos de pastagem que agora estão inabitados.
O aumento ou a diminuição da produção de energia também é diretamente proporcional ao nível de desenvolvimento dos países e às condições climáticas, segundo os resultados da pesquisa.
À medida que o uso da energia solar cresce no mundo, os operadores de rede elétrica precisarão manter cada vez menos usinas de combustível fóssil para reserva de energia, garantindo, desse modo, uma produção mais limpa e sustentável, que é a propósito da geração de energia a partir do sol.
Para finalizar, Lucas Kruitwagen mencionou a importância de se saber onde estão as instalações, para que as empresas possam estudar as consequências do crescimento de geração de energia sustentável.
O aprendizado de máquina aliado à observação dos pesquisadores é a única maneira de medir a vulnerabilidade das usinas conforme o clima na Terra muda. Desse modo, é possível observar o progresso ao acesso à energia ou medir o impacto que ela pode causar no ambiente.