Com o avanço da tecnologia fotovoltaica, duas soluções de células fotovoltaicas têm ganhado destaque na busca por maior eficiência energética: HJT (Heterojunction Technology) e TOPCon (Tunnel Oxide Passivated Contact). Embora ambas representem a nova geração de células de alto desempenho, elas apresentam diferenças significativas em relação ao design da estrutura e à forma como geram eletricidade.
A tecnologia HJT combina camadas de silício amorfo com um substrato de silício monocristalino. Em sua estrutura, camadas de silício amorfo dopado são depositadas em ambos os lados do wafer de silício cristalino, formando uma heterojunção que permite a separação de cargas elétricas. Entre essas camadas dopadas, há também uma fina camada intrínseca de silício amorfo, que promove excelente passivação da superfície e reduz a recombinação de elétrons e lacunas, um fator essencial para a alta eficiência da célula. Um dos diferenciais da HJT é sua estrutura simétrica, ou seja, frente e verso são praticamente iguais. Isso facilita a captação de luz de ambos os lados da célula, tornando-a naturalmente adequada para aplicações bifaciais.
Por outro lado, a tecnologia TOPCon surgiu como uma evolução das já conhecidas células PERC. Ela mantém a parte frontal da célula semelhante à da tecnologia PERC, com superfície texturizada e emissor de fósforo, mas substitui o campo traseiro de alumínio por uma estrutura muito mais avançada: uma camada ultrafina de óxido de silício com cerca de 1 a 2 nanômetros, seguida por uma camada de polissilício dopado. Essa combinação forma um contato elétrico altamente passivado, reduzindo as perdas por recombinação e aumentando a eficiência da célula. Diferente da HJT, a estrutura da TOPCon é assimétrica, com uma frente semelhante à PERC e um verso mais sofisticado, o que permite uma adaptação mais fácil nas linhas de produção existentes.
Em resumo, enquanto a HJT se destaca por seu design simétrico e desempenho excepcional em aplicações bifaciais, a TOPCon apresenta uma vantagem competitiva por sua compatibilidade com as linhas de produção atuais, o que pode reduzir custos e facilitar a adoção em larga escala. Ambas oferecem caminhos promissores para o futuro da energia solar, e a escolha entre uma ou outra dependerá de fatores como estratégia de produção, aplicação final do módulo e custo-benefício em cada projeto.
Texto escrito por: Tayara Macri