O Brasil tem muito potencial quando se trata de energia renovável. O país tem trabalhado muito para promover o desenvolvimento da energia eólica e solar, e parece estar valendo a pena. Segundo a ANEEL, existem mais de 3 mil projetos de geração eólica e solar em obras que poderiam totalizar 180 gigawatts (GW) de energia — o suficiente para prover toda uma outra matriz elétrica brasileira.
No entanto, os especialistas acreditam que apenas cerca de 30 GW desses projetos serão realmente concluídos e operacionais até o prazo de 2022. Isso significa que menos de 20% dos projetos propostos estarão em funcionamento. Embora isso possa parecer um percentual baixo, ainda é uma quantidade significativa de energia renovável que o Brasil terá à sua disposição em apenas alguns anos.
De acordo com um relatório recente, dos projetos que apresentaram o pedido a tempo de fazer jus aos descontos, 2.724 são usinas solares (88,8%) e 296 são parques eólicos (11,2%). Os maiores obstáculos para que esses projetos funcionem são a alta chance de não conseguir acessar os sistemas de transmissão e distribuição e a demanda insuficiente.
À medida que a rede elétrica do Brasil continua crescendo, a necessidade de novas linhas de transmissão torna-se cada vez mais evidente. Contudo, esses projetos podem levar até 4 anos para serem concluídos - muito mais do que o cronograma médio de 2 a 3 anos para usinas de energia eólica e solar.
Isso representa um desafio único para o mercado de energia do Brasil. Por um lado, há uma grande quantidade de energia renovável sendo gerada que precisa ser bombeada para o sistema. Mas, por outro lado, pode não haver demanda suficiente para toda essa energia, pelo menos não imediatamente.
Esse desequilíbrio pode causar sérios problemas no futuro, então será interessante ver como o mercado de energia do Brasil se adapta para acomodar esse influxo de energia renovável.
O grande número de projetos foi determinado sobretudo pelo Decreto 10.893, do presidente Jair Bolsonaro, de dezembro de 2021, que determinou que a ANEEL, incomumente, não exija mais o documento de informações de acesso, um dos pontos essenciais para que uma usina se conecte à rede de transmissão.
Compete ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), após análise, oferecer ao empreendedor, para que ele possa prosseguir com o processo na Aneel.
Esse decreto criou muitas oportunidades para desenvolvedores interessados em construir novas usinas de energia renovável no Brasil. Os especialistas estimam que apenas uma pequena parte desses projetos será realmente concluída. Entretanto, isso representa um aumento significativo no interesse pelo desenvolvimento de energia renovável no Brasil.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) realizou uma consulta pública em março e abril sobre a regulamentação do Decreto 10.893, que prevê descontos nas tarifas de transmissão e distribuição de energia para novas usinas de geração eólica e solar.
Cerca de 3.065 projetos da fábrica puderam iniciar o processo de solicitação de concessão até 8 de março de 2022 para aproveitar os descontos. Especialistas estimam que apenas cerca de 30 GW, ou 17%, dessas usinas serão realmente capazes de operar.
Essa consulta pública foi importante para ajudar a ANEEL a entender melhor como regulamentar esse decreto e garantir que sua intenção — promover o desenvolvimento de energias renováveis no Brasil — seja atendida.